Num dia
de quinta feira, 28 de Outubro de 1886, há exatos 130 anos, foi quando nasceu
em Mataraca, povoado de Mamanguape na zona da Mata paraibana um menino chamado
JOSÉ LÚCIO RIBEIRO, filho do casal Lúcio Ribeiro e Rita Maria de Sena. De
origem pobre, ainda menino, teve que ajudar ao seu pai que era
"marchante" e negociava com carnes nas feiras da região de Mamanguape,
no Estado da Paraíba. O meio de transporte utilizado era o "burro
mulo", que tanto servia para montaria como para a condução das
mercadorias.
Com a
morte do seu pai em 1898, JOSÉ LÚCIO RIBEIRO, contando 12 anos de idade, sendo
o filho mais velho do casal e, com o conhecimento adquirido, teve que assumir
com a sua mãe Rita, a responsabilidade de "arrimo de família" e criar
os 11 irmãos mais jovens.. A experiência precoce de trabalhos em busca da
sobrevivência lhe valeu mais tarde, pois, quando adulto seu primeiro trabalho
foi como "marchante - vendedor de carnes" nas feiras da região
Agreste do Rio Grande do Norte, para onde se transferiu da Paraíba, passando a
residir na localidade de Lagoa da Serra, no Município de Nova Cruz.
Da
condição de negociante ambulante de carnes nas feiras livres, JOSÉ LÚCIO
RIBEIRO passou a proprietário rural, chegando a possuir muita terra e a ser
dono de engenho de fabricação de aguardente, tornando-se também, grande
liderança política no Agreste do Rio Grande do Norte, mais precisamente nos
Municípios de Goianinha, Espírito Santo, Várzea, Santo Antônio e Brejinho.
A origem
da sua riqueza, segundo os seus familiares, foi a sua força de vontade e a sua
dedicação ao trabalho.. Mas, na época da sua ascenção como proprietário rural e
de grandes latifúndios de terras, correu a notícia de um fato inusitado e não
comprovado, que ele teria arrancado uma botija($$) no quintal da casa onde
morava em Lagoa da Serra, na região da Lapa, no Município de Nova Cruz, depois
de muita chuva e uma ventania forte ter derrubado uma frondosa árvore de
gameleira, eram muitas moedas de prata e ouro e, que ele teria viajado para
trocá-las em Recife - PE.
Pelos
ídos da segunda metade da década de 40 do Século XX, quando já passava dos 60
anos de idade, foi quando o "coroné ZÉ LÚCIO" passou a ter
participação direta no processo político do Agreste Potiguar, região da qual
ele se tornou o principal líder político nas décadas de 50 e 60 do Século XX.
Em 21 de Março de 1948 foi eleito Prefeito de Santo Antônio do Salto da Onça,
governando o município agrestêiro por 5 anos, até o final de Março de
1953. No ano seguinte, 1954, o "coroné ZÉ LÚCIO" alçou vôo para a
sede do Parlamento Estadual do RN, tendo sido eleito o segundo Deputado Estadual
mais votado da 19ª' Legislatura da República, com 3.419 votos!
Nas
eleições de 1958, hesitou em renovar o mandato de Deputado Estadual na
Assembléia Legislativa do RN, alegando ter poucos conhecimentos e habilidades
para com os trâmites das matérias legislativas e, não pretendia ser
"deputado lagartixa" - do tipo que balançava a cabeça concordando com
o que decidiam os demais colegas. Daí que, no mesmo ano de 1958, decidiu apoiar
um substituto para lhe representar na Assembléia Legislativa do RN - seu amigo
e compadre João Aureliano de Lima, que foi eleito com expressiva votação. E, o
"coroné ZÉ LÚCIO", aceitou o convite para disputar a eleição de
Prefeito no Município de Goianinha, aonde sofreu o seu único "revés
político", perdendo a parada para Adauto Rocha - candidato da poderosa
Usina Estivas.
Em 1962,
tinha em planos se eleger novamente Prefeito de Santo Antônio do Salto da Onça,
mas atendeu os apelos do Governador Aluízio Alves e do Deputado João Aureliano
para abrir mão daquele pleito e apoiar seu antigo e tradicional adversário
político Lindolfo Gomes Vidal, para quem, contribuiu decisivamente na apertada
vitória com apenas 85 votos de vantagem contra o então Vereador do Povoado de
Serrinha Zezé de Souza.
Em
1963, após transcorrido e concluído o processo de Emancipação Política de
Brejinho, concorreu pela última vez em disputa política, tendo sido eleito o
primeiro Prefeito de Brejinho, exercendo o mandato quase totalmente,
interrompido em 16 de Janeiro de 1969, quando veio a falecer, faltando apenas
15 dias para concluir sua jornada na política.
Um de
seus filhos, José Ávila Lúcio Ribeiro, herdou do "coroné ZÉ LÚCIO" a
vocação para o exercício da política e, também, foi Prefeito de Brejinho por um
Mandato de 6 anos, de Janeiro de 1983 a Janeiro de 1989, e certa vez,
encontrou-se com o velho Pedro Cândido de Araújo (Rôxinho) - antigo amigo e
aliado político do "coroné ZÉ LÚCIO" que, pediu Zé Ávila, faça uma
poesia agora improvisadamente aqui em Santo Antônio em memória do saudoso
"coroné", tendo assim se expressado José Ávila:
"Eu
sou filho de um homem que viveu neste estado
Era
amante da política
Grande
puxador de gado
Nunca
sentiu preguiça
Quando
faltava polícia
Ele era o
delegado".
Fonte: José Lúcio Ribeiro - Sua
trajetória de menino pobre a "coronel" do
latifúndio
e da política, Autor: José Alaí de Souza;
Uma
História da AL'RN, Autor: Luís C. Cascudo;
Depoimento
de Zé Ávila Lúcio Ribeiro.
Por
Genilson de Souza -
Pesquisador/Historiador
Por favor citar a fonte do blog onde originalmente esta matéria foi publicada:
ResponderExcluirPORTAL TUDO DO RN - http://tudodorn.blogspot.com.br/
Atenciosamente
Francisco Verissimo de Sousa Neto - Criador/Administrador do Portal Tudo do RN!
Zé avila foi prefeito de Brejinho rn em que ano pela primeira vez
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